A AGIF tem como uma das suas principais atribuições a elaboração do relatório anual de atividades do SGIFR, que é apresentado ao Governo e à Assembleia da República. Durante todo o ano a AGIF vai procedendo à recolha de dados, junto de todas as entidades que compõem o Sistema, por forma a ir acompanhando e podendo intervir de forma estratégica alinhando o trabalho ao preconizado no Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais 20-30.
Após o primeiro semestre do ano, é possível apresentar alguns indicadores globais, referentes ao período de 1 de janeiro a 26 de julho de 2022, e respetivos períodos homólogos de referência.
Há no entanto que ter presente que, estes dados são considerados provisórios e passíveis de atualização, tendo em consideração os processos SGIFR ainda em curso, e sendo que o balanço 2022 é explanado apenas no final do ano.
Fonte de informação: Plataforma SGIF – ICNF; IPMA; Plataforma PNA (reporte das entidades SGIFR)
De 1 de janeiro a 26 de julho registaram-se 7.069 incêndios rurais:
- -7% face à média registada nos últimos 10 anos (2012-2021)
- -18% face à média registada na década anterior ao Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais 20-30 (PNGIFR) (2010-2019)
- +53% face ao ano anterior (2021)
69.070 hectares de área ardida:
- +67% face à média registada nos últimos 10 anos (2012-2021)
- +66% face à média registada na década anterior ao PNGIFR (2010-2019)
- +286% face ao ano anterior (2021)
Do total de área ardida em 2022 (1 de janeiro a 26 de julho), 51% são povoamentos florestais (30.269 ha), valor apenas superado pelo ano de 2017, desde 2010.
Indicadores de incêndios rurais - ICNF
Os dados relativos à área ardida e sua tipologia e números de ocorrências do ano, podem ser consultados, em tempo real, na página do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE OCORRÊNCIAS MENSAIS
2022 vs últimos 10 anos- -7% face à média registada nos últimos 10 anos (2012-2021)
- Meses de janeiro, fevereiro e julho com maior número de ignições verificadas face aos últimos 10 anos
EVOLUÇÃO DA ÁREA ARDIDA
2022 vs últimos 10 anos- + 67 % face à média registada dos últimos 10 anos (2012-2021)
- 80% da área ardida até ao momento em 2022 ocorreu no mês de julho
- + 163% de área ardida em julho face à média dos 10 anos anteriores
- O ano de 2022 apresenta, até ao dia 26 de julho, o 5.º valor mais elevado em número de incêndios e o 3.º valor mais elevado de área ardida, desde 2012
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE OCORRÊNCIAS
2022 vs ano anterior- +53% face ao registo do ano anterior
- + 132% de ignições em julho face ao ano anterior
EVOLUÇÃO DA ÁREA ARDIDA E NÚMERO DE OCORRÊNCIAS
2022 vs ano anterior- + 286% área ardida face ao registo do ano anterior
- + 1087% de área ardida em julho face ao ano anterior
- 80% da área ardida até ao momento em 2022 ocorreu no mês de julho
CENÁRIO METEOROLÓGICO
2022 face à média dos 10 anos anteriores- Em 2022, face aos últimos 10 anos, registou-se uma diminuição de 13pp dos dias de perigosidade baixa
- Nas 3 classes de FWI de maior perigosidade registado um total de 16% dos dias – 33 dias, enquanto na década anterior 11% dos dias – 23 dias , mais 5pp equivalente a mais 10 dias (total de dias em análise – 206)
- Estes incluem 6 dias na perigosidade excecional, mais 4 que na média dos 10 anos anteriores
- Face aos 10 anos anteriores observou-se um quadro de agravamento meteorológico praticamente ao nível de todos os distritos, à exceção do Porto, com maior agravamento em Leiria e Coimbra
CENÁRIO METEOROLÓGICO
Face ao ano anterior- Em 2022 face ao ano anterior registou-se uma diminuição de 24pp de dias de perigosidade baixa, face a 2021
- Nas 3 classes de FWI de maior perigosidade, registado um total de 16% dos dias – 33 dias, enquanto em 2021 9% dos dias – 19 dias, mais 7pp equivalente a mais 14 dias (total de dias em análise – 206)
- Estes incluem 6 dias na perigosidade excecional, que não se registaram no ano anterior
- Face a 2021 anterior observou-se um quadro de agravamento meteorológico ao nível do todos os distritos, com maior incidência em Leiria, Coimbra e Guarda
- Em 2022, 19 % do total das ocorrências (1.343 ocorrências) nas 3 piores classes FWI (33 dias) (média 40 ocorrências dias de maior perigosidade)
- Em média nos 10 anos anteriores, 7 % das ocorrências nos dias de maior perigosidade (832 ocorrências) (23 dias) (média de 36 ocorrências nos dias de maior perigosidade)
- Em 2022, 19 % do total das ocorrências (1.343 ocorrências) nas 3 piores classes FWI (33 dias) (média 40 ocorrências dias de maior perigosidade)
- Em 2021, 6 % das ocorrências (278) nos dias de maior perigosidade (19 dias) (média de 14 ocorrências nos dias de maior perigosidade)
- Em 2022, 51 % do total da área ardida (30.126 ha) nas 3 piores classes FWI (33 dias), Em média nos 10 anos anteriores, 40% da área ardida (14.178 ha) nas 3 piores classes FWI (23 dias).
- Em 2022, 20% da área ardida em 6 dias de FWI excecional (11.814 ha)
- Em 2022, 51 % do total da área ardida (30.126 ha) nas 3 piores classes FWI (33 dias)
- Em 2021, 22% da área ardida (3.370 ha) nas 3 piores classes FWI (19 dias)
- Em 2022, 20% da área ardida em 6 dias de FWI excecional (11.814 ha)
ANÁLISE DE CAUSAS
- Do total de 7.069 incêndios rurais verificados até ao momento, no ano de 2022, 4.916 foram investigados e têm o processo de averiguação de causas concluído (69% do número total de incêndios – responsáveis por 31% da área total ardida)
- Destes, a investigação permitiu a atribuição de uma causa para 3.364 incêndios (68% dos incêndios investigados – responsáveis por 26% da área total ardida)
- O aumento do número absoluto de ocorrências em 2022, face ao ano anterior, deveu-se essencialmente à tendência de aumento de ocorrências pela causa “Uso do Fogo” (+12%) , contrariando a tendência de diminuição do pós-2017, suportada em parte pelo confinamento vivido em 2020 e 2021 (COVID-19), como se pode observar no gráfico em baixo, aproximando-se dos valores médios, e a um aumento do incendiarismo face a 2021 (+15%)
- Observou-se uma diminuição das causas acidentais (-15%) face a 2021
- Dado o aumento recente de área ardida, muitas das ocorrências ainda não têm causa apurada ou pelo menos pública, assim as análises seguintes apresentam uma representatividade reduzida relativamente a este tema
- O “uso indevido do fogo” continua a ser a principal causa conhecida de incêndios rurais representando até ao momento em 2022, 64% do total das causas conhecidas
- Denotou-se ainda assim uma diminuição ao nível das causas acidentais
- Como se pode observar no gráfico abaixo, mais de 96 % das causas de incêndios rurais apuradas, resultam da intervenção humana quer seja negligente, ou intencional
- Principal causa de área ardida em 2022: “uso indevido do fogo” com cerca de 48%, sendo os acidentes responsáveis por 33 % da área ardida apurada, enquanto o incendiarismo 18%, um aumento de 18pp face a 2021
- O uso indevido do fogo para renovação de pastagens, os acidentes ao nível dos transportes e comunicações e o vandalismo representam as maiores parcelas de área ardida em 2022, de acordo com as causas apuradas
PERDA DE VIDAS EM INCÊNDIOS RURAIS
- Relativamente ao impacto dos incêndios na perda de vidas humanas em 2022, a registar a morte de 2 civis decorrentes da realização, pelos próprios, de queimas ou queimadas que por descontrolo originaram incêndios rurais (fonte GNR), causa relacionada com a maioria das vítimas civis nos últimos 5 anos.
2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 | |
Total Mortes | 119 | 13 | 10 | 9 | 6 | 2 |
Operacionais | 3 | 1 | 0 | 6 | 2 | – |
Civis | 116 | 12 | 10 | 3 | 4 | 2 |
Fonte 2017-2021: ANEPC e GNR
Fonte 2022: GNR