Chegou ao fim a experiência portuguesa na Austrália. Foram três semanas intensas de muito trabalho e muita aprendizagem por parte dos representantes das várias entidades que aceitaram este desafio. Segundo João Quadrado, perito-coordenador na #AGIF, «foi uma visita muito positiva e gratificante, que permitiu o contacto com várias entidades de Western Australia. Esta foi sem dúvida, uma oportunidade única para conhecer de perto um dos melhores sistemas de gestão de fogo rural do mundo, que usa amplamente o fogo controlado como ferramenta de prevenção e mitigação de incêndios. O networking que se cria é essencial para que possamos continuar a partilhar conhecimento e experiências no futuro.»
Durante a visita foram muitas as atividades nas quais os técnicos portugueses foram envolvidos, havendo sempre um contacto bastante próximo com várias entidades envolvidas na gestão de fogos rurais: participação em ações de fogo controlado, visitas a áreas onde se aplicou fogo prescrito para redução de combustíveis, visitas a locais onde se encontram meios aéreos, centros de formação, entre outras.
Nesta última semana foram realizadas visitas à região mais a sul da Southwestern Forest, uma área dominada por espécies de grande porte com mais de 80 metros de altura, onde foi possível comparar os efeitos da vegetação com ações de fogo controlado versus incêndios rurais. Paralelamente foi possível ainda conhecer os detalhes históricos do processo que conduziu à expansão do pinhal naquela região, através da seleção de espécimes de pinheiro bravo proveniente do Pinhal do Rei, de Leiria, e todas as etapas para melhorar a sua genética para maior adaptação ao clima australiano. Facto curioso que entusiasmou a equipa portuguesa que viu a história do seu país refletida nas atuais florestas e paisagens australianas.
Durante este intercâmbio os peritos portugueses viveram uma experiência única devido à ocorrência de episódios de trovoada seca que provocaram um conjunto de incêndios dispersos. Na sequência destes episódios, a equipa teve a oportunidade de seguir de perto o funcionamento das entidades de Western Australia neste tipo de situações e ainda visitar o posto de comando típico para um fogo de nível 3. Este acompanhamento permitiu ficar a perceber melhor o nível de organização, interação e cooperação entre as entidades, os equipamentos e recursos utilizados e ainda participar no briefing do Incident Manager.
Para fechar esta visita em pleno, a equipa foi recebida por elementos da direção do Department of Fire and Emergency Services, do Department of Biodiversity, Conservation and Atractions e ainda pelo Ministro do Ambiente da região Western Australia, a quem os peritos portugueses apresentaram as principais observações da sua visita e partilharam o resultado da sua experiência.